quarta-feira, 18 de março de 2015

Habilitação e cédula do CREF: uma grande diferença




Escrevo esse texto não para o profissional da área de educação física e treinamento como habitualmente faço. Escrevo hoje para o leitor comum, o leigo na área e que foi, recentemente, bombardeado por uma série de fotos de profissionais de educação física exibindo seus CREF´s e clamando para uma valorização  e legalidade de seus anos de estudo em universidades pelo país todo.
Essa campanha toda se iniciou porque um profissional não habilitado exerceu de maneira ilegal a profissão de treinador (exclusividade essa dos profissionais de educação física). Ele infringiu a lei e sofrerá as consequências disso. Não cabe aqui julgar se o profissional era competente ou se sabia o que estava fazendo. Aqui no Brasil a lei é assim: tem que ser formado ou provisionado pra exercer funções dentro da área. Ponto final.
Porém, caro leitor, o que toda a repercussão de redes sociais não mostrou foi uma questão muito além de simplesmente estar habilitado a algo: deve-se ter competência e experiência para isso também.
Um exemplo bem simples pra isso é o condutor que acabou de tirar sua habilitação para dirigir: ele passou no teste de direção (universidade) e tem um documento que o habilita a dirigir (CREF). Isso faz dele um motorista apto a dirigir uma Ferrari numa pista de corrida em uma competição (aluno de alto rendimento)? Não é preciso muito conhecimento ou uma afiada capacidade de dedução lógica para chegar a conclusão que essa situação tem grandes chances de ser catastrófica. Ou a Ferrari vai andar beeem abaixo do que pode (aluno render pouco) ou um acidente de grandes proporções vai acontecer (aluno se machucar). Em qualquer uma das duas situações, perde-se tempo e dinheiro investidos e gera-se grande quantidade de frustração.
Pra que uma situação dessas não aconteça o nosso motorista (profissional de educação física) deve fazer cursos de como se pilota, fazer treinamento prático, treinar SOB SUPERVISÃO de outro piloto experiente e, aí sim, poder INICIAR uma carreira solo. Tudo isso requer um investimento de tempo e dinheiro.
Esse é outro ponto bem importante: Alguém que investe tempo e dinheiro para ter uma formação diferenciada, não vai cobrar a média ou abaixo da média de mercado, não é mesmo? Um piloto de Fórmula 1 ganha UM POUQUINHO a mais que um motorista de taxi, não é mesmo? E ele não ganha esse “pouquinho” a mais só porque é um rosto bonitinho e atrai patrocinadores. Ele ganha mais porque ele controla uma máquina de altíssimo rendimento e consegue extrair o melhor dela em cada situação. Ele se dedica a procurar cada detalhe e resolver cada problema que o carro tenha junto com os engenheiros. Enfim, ele dedica sua vida e todo seu empenho a isso.
Portanto, você que pretende iniciar uma atividade física, deve procurar saber se o profissional que você está contratando é alguém que é devidamente habilitado e se ele não exerce ilegalmente a profissão. Mas, tão ou mais importante que isso, esse profissional deve ter mais que uma simples habilitação. Procure saber se esse profissional tem experiência e atende realmente as suas necessidades. Afinal, ao meu ver, uma Ferrari totalmente destruída parece um prejuízo pequeno quando comparado a uma lesão irreversível na sua saúde, não?

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domingo, 15 de março de 2015

Matrix





Existe matrix. E muitas pessoas vivem nela. Uma geração de indivíduos que vão para academias em que se empurram máquinas e aparelhos sem o mínimo de sentido ou que sequer represente um movimento REAL que acontece no DIA A DIA do praticante ou que seja parte do seu acervo básico de movimento.

Essa forma de vender o treinamento existe por um simples motivo: dinheiro. Uma sala de academia convencional possui milhares de reais em aparelhos que foram vendidos por empresas poderosíssimas que possuem filiais em diversos países e só se interessam em aumentar cada vez mais seus ganhos. Os donos das redes de academia também só desejam ganhar mais dinheiro. Não se interessam com os benefícios que devem proporcionar a seus alunos e ganham seu dinheiro basicamente por dois processos: grande estratégia de marketing pra compensar a grande rotatividade de alunos e economia na mão de obra. Já que uma sala cheia de equipamentos permite que poucos e maus qualificados profissionais deem conta tranquilamente. O resto apenas torna o ambiente mais alienante e mais desqualificado para quem busca saúde e objetivos sérios de treino: tem música alta, clima de sociabilização elevado para permitir que o “bombado” e a “gostosa” se peguem, tem luzes coloridas pra fazer você perder qualquer informação temporal e esquecer se é dia ou noite e ficar com fome pra poder comprar os produtos da cantina, ou seja, um ambiente bom pra perder tempo e gastar dinheiro. Praticamente um shopping.

Mas esta não é a ÚNICA forma de treino. Existe uma verdade por trás desse modelo decadente. Existe a opção de tomar a pílula vermelha e sair da matrix. Porém, assim como no filme, é um caminho sem volta. Depois de sair desse tipo de ambiente, você nunca mais irá conseguir colocar os pés num lugar desses sem sentir uma mistura de desprezo pelos que ali ainda se encontram e alívio por ter saído dessa vida. Hoje já existem alguns modelos de academia que conseguiram romper completamente com esses valores e realmente fazer com que o treino seja só seu e que realmente atenda suas necessidades e expectativas. Hoje posso dizer que rompi com o modelo que tentaram me empurrar em que eu nunca me sentia confortável e que tinha a sensação que deveria buscar algo maior. Eu achei (tomei a pílula vermelha). Hoje eu (e muitos outros iguais a mim no mundo inteiro) treinamos em locais pequenos, muitas vezes domésticos, com a ajuda de parceiros de treino e que a única coisa que nos motiva é a LIBERDADE. Somos livres e donos dos nossos movimentos. Não nos alienamos corporalmente e conseguimos montar uma metodologia e espalhar a nossa visão pras pessoas.


E, acredite, eles estão conhecendo a verdade, se libertando da matrix, espalhando a nossa mensagem e desalienando seus alunos. Em breve, seremos muitos e mudaremos o conceito. Quem viver, verá. 

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